Não é fácil saber, exatamente, o que vai ser este ano de 2021. Vivemos tempos atípicos e sem precedentes e não conseguimos traçar um cenário muito exato. Não sabemos, por exemplo, quando nem em que moldes vai ocorrer o tão desejado regresso a alguma espécie de normalidade. E, portanto, como serão os mercados que as marcas vão tentar conquistar.
Falar em tendências de marketing neste contexto tão particular pode, por isso, não ser evidente. Há muitas incógnitas quanto ao que se vai passar. Ainda assim, há caminhos que foram iniciados (e que vieram para ficar) e que serão válidos seja qual for o futuro.
A digitalização, como sabemos, acelerou drasticamente com a pandemia, antecipando uma transformação que iria sempre acontecer. O ano que agora começa vai ser marcado pela consolidação desse processo.
Essa antecipação, porventura de anos, para meses, resultou, por exemplo, num acelerar do recurso ao e-commerce, quer do ponto de vista do consumidor, quer dos retalhistas e outros fornecedores que tiveram de encontrar alternativas ao contacto presencial para chegar aos seus clientes.
Mas as mudanças prometem ser bem mais profundas.
Novos canais de venda
A distribuição por via digital não se vai limitar a uma mera réplica do modelo de negócio e marketing das lojas físicas. Espera-se que as redes sociais, as operadoras de streaming e outras plataformas revolucionem o relacionamento entre os consumidores e os seus fornecedores, constituindo canais diretos de venda de produtos.
As diferentes plataformas e redes sociais cada vez mais utilizadas e disseminadas entre os consumidores constituem ferramentas de marketing relevantes para as empresas que precisem de promover os seus produtos e captar clientes. Todas estas plataformas estão a procurar diversificar as possibilidades de interação com os seus utilizadores e os formatos de comunicação que propõem, o que pode traduzir-se em novos caminhos e oportunidades para as marcas. Várias destas plataformas estão a realizar alterações que fazem com que seja muito mais fácil, por exemplo, que as redes sociais sejam canais de compra direta e não apenas meios de descoberta de produtos. Isto para que os consumidores possam ir da tomada de conhecimento de um produto à compra do mesmo sem sequer ter de sair da dita plataforma.
As ‘smart tv’, cada vez mais presentes nos lares dos consumidores, serão uma via privilegiada para este tipo de interação e devem, por isso, ser também tidas em conta nas estratégias de marketing.
Digitalizar não tem de ser sinónimo de desumanizar
Por mais automatizados que sejam os processos e por mais digitais e menos analógicos que venhamos a ser, humanizar a prestação dos serviços, com uma oferta que acautele as necessidades das pessoas é fundamental. A personalização de ofertas e conteúdos permite que o consumidor se sinta “ouvido” quanto às suas preferências, hábitos e desejos.
Para tal, as tecnologias, nomeadamente a inteligência artificial, são aliadas das empresas e das marcas nesse processo de conhecer bem os seus clientes, o que lhes interessa ou como se comportam no consumo.
Quer isto dizer que já não se trata apenas de ir ao encontro dos clientes onde estes estiverem. Trata-se de serem as marcas a dizer aos consumidores de que é que eles precisam, quando e onde. De serem estas quem antecipa comportamentos e compreende os ciclos de consumo dos clientes.
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Envolver consumidores e utilizadores
Desenhar uma campanha de marketing não passa apenas por vender um produto. Passa, mais do que nunca, por ter claro na estratégia definida não só que história se vai contar, mas também que reações se espera provocar no consumidor e que tipo de envolvimento e experiência com a marca se vai querer proporcionar.
Nesta ideia está a premissa de que os clientes procuram hoje empresas com cujos valores se possam identificar, que tenham um propósito e que tragam valor para as suas vidas.
Os consumidores estão muito mais exigentes e atentos, querem marcas sustentáveis e responsáveis, que inspirem confiança e a quem não vão perdoar deslizes.
Os eventos digitais
Outra consequência do acelerar da digitalização e das limitações introduzidas pela pandemia foi a proliferação de eventos digitais que são, em si mesmos, outra forma de afirmação e credibilização das marcas e um possível veículo alternativo para chegar aos clientes almejados.
Acontece que, mais uma vez, aquilo que começou por ser provocado por uma necessidade – a de fazer eventos à distância – veio a revelar-se uma forma de lançar este tipo de iniciativas com muito menores custos e, portanto, maior retorno. Mesmo quando a pandemia fizer parte do passado, os eventos digitais estarão, acredita-se, para ficar. Percebeu-se que são uma excelente forma de chegar a diferentes públicos, permitem uma maior proximidade entre o público-alvo e os promotores destes eventos e estão a ser bem recebidos pelos seus destinatários.
Neste 2021 que agora começa, e independentemente do que venha a ser a realidade em contexto de pandemia, alguns objetivos devem sempre estar presentes nas estratégias de marketing. É importante trazer valor ao utilizador, adaptar a oferta ao consumidor em causa, procurar ser um solucionador de problemas, antecipar futuras necessidades e tirar partido das possibilidades que as novas tecnologias e a inteligência artificial colocam de conhecimento dos clientes-alvo.